Empresas de mineração de Bitcoin que usam energia renovável encontraram um meio de extrair criptomoedas e ao mesmo tempo ajudar no fornecimento de eletricidade a pequenas comunidades na África. Essas empresas constroem seus data centers próximos a pequenos produtores de energia renovável onde há excesso de energia, que é então redistribuído por meio de mini redes elétricas.
“Essa simbiose entre mineradores de Bitcoin e comunidades remotas atrai entusiastas e empresas que veem um grande potencial de crescimento para a indústria de Bitcoin em toda a África”, diz um artigo da Forbes sobre o assunto, publicado na última quarta-feira (24).
Conforme descreve o autor, o nigeriano Abubakar Nur Khalil, em seu país, o setor de mineração oferece “maneiras únicas” de lidar com problemas de urbanização com “soluções caseiras”.
Essas soluções, descreve Khalil, são menos propensas a depender de redes elétricas que exigem contrapartes e, em vez disso, muitos mineradores de Bitcoin que operam via rede hidrelétrica fornecem eletricidade, sempre sob demanda, a projetos de energia em áreas em desenvolvimento.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), atualmente há mais de 500 milhões de pessoas na África qie carecem de acesso confiável à eletricidade.
Uma das estratégias de mineração de Bitcoin mais eficazes da África é construir micro redes alimentadas por fontes de energia renováveis em comunidades rurais fora do alcance das principais redes.
Uma dessas empresas é a Gridless, que fica no Quênia, país ao leste do continente africano. O empreendimento usa micro redes hidrelétricas com um padrão de menos de 1 megawatt de capacidade para fornecer eletricidade a três comunidades rurais.
Em uma publicação no Twitter, a Gridless mostra como funciona o nivelamento da energia para atender sua operação e a demanda externa. Segundo a empresa, as demandas de energia da comunidade aumentam à noite, ou seja, fora do pico, período que lhe provém receita.
Community power demands spike in the evening on minigrids in rural Africa.
Bitcoin mining makes the power generation company money during those off-peak hours.
Real-time demand leveling means that mining is decreased whenever community demand increases. pic.twitter.com/McpizlmDpf
— Gridless (@GridlessCompute) May 25, 2023
Empreendimento de mineração ganha investidores
Em dezembro do ano passado, a Gridless revelou que arrecadou US$ 2 milhões em uma rodada de financiamento liderada pela Block, empresa fundada pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey. Em um comunicado da época, a empresa disse que o dinheiro seria revertido na expandir as operações para outras comunidades rurais em todo o país.
De acordo com a Forbes, em um esforço para padronizar uma abordagem comum para a mineração sustentável de Bitcoin e incentivar a colaboração entre os players do setor, a Gridless lançou a Green African Mining Alliance (GAMA) com três outras empresas: Sukuma Ventures, do Quênia; Trojan Mining, da Nigéria; e QRB Labs, da Etiópia.
No início deste mês, o relatório da Gridless “Blueprint for Bitcoin Mining and Energy in Africa” abordou as formas de “reduzir a lacuna de acesso à eletricidade em regiões desprivilegiadas” usando pequenas redes personalizadas e data centers de Bitcoin.
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