A adoção do yuan chinês para pagamentos internacionais diminui a dependência da China do dólar americano

O yuan chinês ultrapassou o dólar americano como a moeda mais utilizada na China para transações internacionais em março, como parte dos esforços do governo de Pequim para aumentar a internacionalização da sua moeda para pagamentos. Isso é de acordo com dados oficiais divulgados pela Administração Estatal de Câmbio.

Yuan chinês costumava liquidar a maioria dos pagamentos internacionais da China em março

Em março, Pequim utilizou o yuan chinês em 48,4% das suas operações comerciais internacionais, superando o dólar americano, de acordo com a Administração Estatal de Câmbio. O yuan foi usado para liquidar US$ 549,9 bilhões em pagamentos, um recorde, enquanto a utilização do dólar caiu de 48,6% para 46,7%.

A China tem aumentado a dependência do yuan chinês devido aos desafios geopolíticos e às sanções aplicadas pelos EUA à Rússia, que afetaram também empresas chinesas acusadas de servirem de intermediárias para o governo russo e suas instituições.

O uso crescente do Yuan

Apesar dos esforços da China para internacionalizar da moeda chinesa, a sua utilização para liquidações internacionais ainda é muito baixa em comparação ao dólar americano. Em março, a moeda chinesa foi usado em apenas 4,5% das transações internacionais globais, enquanto o dólar representou 83,71% de todo o volume liquidado, de acordo com dados do sistema global de pagamentos bancários SWIFT.

• Veja também: Bitcoin sobe para 30.000 em meio a crise bancária nos EUA: vira alternativa e concorrente do ouro.

Embora ainda represente uma parcela pequena das transações internacionais globais, o uso da moeda chinesa aumentou significativamente no primeiro trimestre de 2023, segundo dados do sistema global de pagamentos bancários SWIFT. Alguns acordos comerciais recentes levaram países como Rússia e Brasil a liquidar seus pagamentos bilaterais com a China usando moedas nacionais ou a moeda chinesa, o que tem preocupado analistas sobre um possível mundo econômico “bipolar”.

Economistas e investidores, incluindo Nouriel Roubini e Ray Dalio, afirmam que rivais dos EUA podem se unir em torno do yuan chinês como alternativa ao dólar americano, cuja importância no comércio internacional está diminuindo devido às sanções impostas pelo país a outros países.