Para Jorge Stolfi, professor da Unicamp, investir em Bitcoin é uma “estupidez” e investir em um ETF de Bitcoin também, mas “com uma taxa de 2% ao ano”. As palavras foram ditas no Twitter após um hiato de postagens que chamou a atenção de seus seguidores. “Risos, ele voltou”, comentou um deles, parecendo estar se divertindo.
Os argumentos de Stolfi sobre o Bitcoin ainda são os mesmos. Segundo o professor, a maior criptomoeda do mercado não passa de um esquema Ponzi, ou seja, uma pirâmide financeira.
Após a BlackRock entrar com um pedido de ETF de Bitcoin nos EUA, Stolfi chegou a questionar a integridade da gestora. Antes disso, também enviou cartas a SEC, pedindo que a Comissão não aprovasse esses produtos no mercado americano.
“Escrevi algumas vezes para a SEC, quando eles pediram comentários públicos sobre ETFs de bitcoin”, comentou Stolfi em julho de 2023 no Twitter. “Mas eles não precisam de ajuda externa nesta questão. Eles sabem que toda moeda é um valor mobiliário e um Ponzi. Eles simplesmente não querem admitir isso — por alguns motivos.”
SEC aprova ETF de Bitcoin, mas Jorge Stolfi não muda opinião sobre a criptomoeda
Além de oferecer exposição ao Bitcoin para diversos investidores, a aprovação de 11 ETFs de Bitcoin à vista nos EUA também ajudou a legitimizar a criptomoeda. Afinal, a SEC não aprovaria nenhum golpe que pudesse lesar investidores locais.
De qualquer forma, Jorge Stolfi ainda não está convencido de que o Bitcoin é um ativo legítimo. No Twitter, o professor da Unicamp voltou a criticar aqueles que investem em Bitcoin, direta ou indiretamente.
“Investir em Bitcoin é uma estupidez. Investir em um ETF de Bitcoin é uma estupidez, mais 2% ao ano de idiota.”
Investing in #Bitcoin💩 is stupid. Investing in a #Bitcoin💩 ETF is stupid plus 2% per year of idiot.
— Jorge Stolfi (@JorgeStolfi) February 19, 2024
Os 2% ao ano que o professor se refere são as taxas cobradas pelas gestoras. No entanto, essas variam entre 0 a 1,5% a.a., compatíveis com as taxas cobradas em ETFs ligados a outros ativos tradicionais.
Bitcoin vai colapsar, diz professor da Unicamp
De qualquer forma, a briga do professor não é com as taxas das gestoras, mas sim com o próprio Bitcoin. Nos comentários, Stolfi rebateu diversos investidores da maior criptomoeda do mercado.
“Investir em bitcoin em 2012 teria sido um grande achado, SE você vendesse mais tarde”, respondeu Stolfi após um seguidor afirmar que a única estupidez foi o professor ter conhecido o Bitcoin há cerca de 10 anos, mas nunca ter comprado. “Mas, em geral, as pessoas que acreditam no bitcoin — especialmente aquelas que obtiveram algum lucro com isso — nunca venderão; em vez disso, continuarão investindo cada centavo que puderem gastar até que seja tarde demais.”
“Esse é o progresso e resultado inevitável de cada Ponzi […] Quando o Ponzi finalmente colapsar, a maioria dos bitcoiners verá sua riqueza imaginária (o valor de mercado de suas moedas) evaporar, enquanto sua perda concreta (o valor líquido que gastaram para comprá-las) permanecerá e se tornará permanente.”
🧵> When the ponzi finally crashes, most bitcoiners will see their *imaginary* wealth (the market value of their coins) evaporate, while their *concrete* loss (the net amount they spent buying them) will remain, and become permanent.
— Jorge Stolfi (@JorgeStolfi) February 19, 2024
Inspirado, Stolfi também aproveitou para marcar Gary Gensler, presidente da SEC, em outra postagem. Em sua reclamação, o professor afirma que o Twitter está lotado de golpes de criptomoedas e NFTs. Ironicamente, o primeiro comentário desse seu tuíte é justamente uma tentativa de golpe.
“Se o Xitter existisse naquela época, aposto que suas postagens viriam misturadas com anúncios do fundo de Madoff”, disse Stolfi, misturando as palavras X e Twitter.
Por fim, vale lembrar que Stolfi já afirmou que a “Binance é um golpe e que haverá assassinatos caso for fechada” e também que o Bitcoin “arrancará milhares de vidas humanas”. Exageros que podem diminuir a credibilidade de seus argumentos.
Fonte: “Investir em Bitcoin é uma estupidez”, diz professor da Unicamp
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